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5 REFLEXÕES QUE VÃO TE INTRODUZIR AO PENSAMENTO DE FREUD

Ricardo Dih Ribeiro

11/10/2021 18:42:47

Nascido em 6 de maio de 1856 na Áustria, o neurologista Sigmund Freud é considerado o “fundador” da psicanálise e foi responsável por popularizar o método de tratamento psicológico por meio do diálogo entre paciente e médico, tão comum hoje em dia. Muitas de suas teorias envolviam mecanismos da mente inconsciente, como a interpretação de sonhos, e dividiram os estudiosos da época, embora tenham contribuído para desenvolver técnicas terapêuticas baseadas principalmente na análise clínica.

Entre os artigos publicados por Freud, alguns desvendaram e transformaram a visão da psicologia sobre a sexualidade, o desenvolvimento da mente humana e o significado de diversos comportamentos inconscientemente “fabricados” durante a infância. Entenda os principais conceitos e estudos deixados pelo psicanalista:

1 - Nossa sexualidade se desenvolve por vários estágios durante a infância
De acordo com a teoria de desenvolvimento psicossexual de Freud, as crianças percorrem várias fases de amadurecimento centradas em zonas erógenas. Se completasse todos esses períodos, o neurologista acreditava que o indivíduo seria capaz de desenvolver uma personalidade saudável, mas a fixação em qualquer um dos estágios poderia atrapalhar a evolução até a vida adulta.

Cinco fases determinam essas transições: oral, anal, fálico, latência e genital. No primeiro ano de vida, a boca é o objeto central de prazer, razão pela qual os bebês nascem com um “reflexo de sucção” e o instinto de mamar no seio da mãe — se essa necessidade não for preenchida, a criança pode crescer com hábitos como roer unhas ou chupar o dedo; até os 3 anos, as crianças passam a exercer o controle sobre suas necessidades fisiológicas e qualquer desenvolvimento impróprio dessa fase pode resultar em uma criança excessivamente organizada e preocupada com a ordem; entre 3 e 6 anos, surge o prazer concentrado nos genitais e, com ele, o chamado Complexo de Édipo, que envolve o desejo de um menino por sua mãe e sua vontade de substituir seu pai, visto como um rival; já no período de latência, os instintos sexuais costumam ser reprimidos e, a partir dos 12 anos, a fase final leva o indivíduo a direcionar seu interesse para membros do sexo oposto.

Muitos aspectos dessa teoria, no entanto, já foram substituídos por conceitos mais modernos da psicanálise.

2 - A psique humana é dividida em três partes
Em alguns de seus trabalhos propostos durante a década de 1920, Freud sugeriu que a mente humana é dividida entre Id, Ego e Superego: o primeiro representa o inconsciente completo, parte impulsiva da psique que, durante a infância, proporciona apenas as capacidades básicas. O Id citado pelo psicanalista é formado pelo princípio do prazer, que busca preencher vontades sem considerar qualquer aspecto da realidade.

O Ego observa que nem sempre nosso Id é capaz de obter aquilo que deseja, já que essa expectativa pode por vezes causar problemas. Em outras palavras, nosso Ego existe para sempre levar a realidade em consideração. Também é papel do Ego ponderar as exigências do Id e o aspecto autocrítico do Superego, que surge a partir dos 5 anos e compõe a parte moral da mente humana.

3 - A maioria das emoções e impulsos humanos está “escondida” no inconsciente
O conceito da inconsciência foi essencial para a visão de Freud sobre a mente humana. Ele acreditava que boa parte daquilo que vivemos — emoções, impulsos e crenças — surge a partir de nosso inconsciente e não é visível pela mente consciente. Lembranças traumáticas, por exemplo, ficam “bloqueadas” na memória de um indivíduo, mas continuam ativas sem sabermos e podem reaparecer em certas circunstâncias.

Já a mente consciente, segundo Freud, define pouco sobre nossa personalidade. Um terceiro nível da psique foi chamado de subconsciente ou pré-consciente: parte da mente que recupera informações das quais nem sempre nos lembramos, mas que podemos acessar quando necessário.

4 - Os sonhos são uma representação de desejos reprimidos
Publicada em 1899, sua obra A Interpretação dos Sonhos abordou os processos conscientes e inconscientes dos sonhos e representa o início da teoria sobre o “inconsciente dinâmico”, desenvolvido ainda durante a infância.

Freud argumentava que sonhos funcionam como o cumprimento de um desejo, muitas vezes reprimido, e propôs o “fenômeno de condensação”, ideia de que um simples símbolo ou imagem visto no sonho poderia carregar vários significados e vontades ao mesmo tempo. Sua análise, apesar de ter sido bastante criticada, forneceu modelos para o tratamento de sintomas e mecanismos relacionados à repressão e a comportamentos compulsivos.

5 - O luto e a melancolia são duas reações diferentes que envolvem alguma perda
Em um artigo publicado em 1917, Freud explicou a diferença na origem das sensações causadas pelo luto e pela melancolia, dois tipos de resposta a alguma perda. O luto representa o sofrimento de perder algum familiar ou pessoa amada e seu processo ocorre no consciente.

No caso da melancolia, o indivíduo não é capaz de identificar facilmente a razão de sua dor, que ocorre em grande parte na mente inconsciente. Enquanto o luto é considerado um fenômeno saudável e necessário para nos recuperarmos de alguma perda, a melancolia é uma patologia e envolve a perda de autoestima, sem aparentemente envolver a perda de algo concreto ou físico. Sintomas da melancolia também se assemelham a alguns vistos na depressão.


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