Ricardo Dih Ribeiro
26/10/2021 20:30:34
O mestre Zen da dinastia T’ang, Tsung-mi (780-841), disse que há cinco tipos básicos de samadhi [absorção meditativa]:
Samadhi Comum
Este tipo de samadhi é vazio de sabedoria religiosa ou filosófica. Seu único valor está em sua habilidade de ajudar a curar doenças ou de fortalecer a mente. Já que as pessoas que praticam este tipo de samadhi são ignorantes dos níveis mais profundos da meditação, sua prática nada pode fazer para liberá-los do ciclo do nascimento e da morte.
Samadhi Não-budista
Quando os não-budistas meditam, eles podem obter muitas recompensas e muitos insights. Entretanto, já que não realizam a vacuidade inerente de todos os fenômenos, eles não alcançarão os níveis mais elevados do entendimento. A prática pode fazer com que renascem no céu, mas quando seu carma lá for completado, mais uma vez cairão nos reinos inferiores da existência.
Samadhi do Hinayana
Hinayana significa “veículo inferior”. O samadhi do Hinayana é um termo usado para descrever uma prática de budistas que sabem como ajudar a si mesmos mas são incapazes ou não-desejosos de ajudar os outros. Este tipo de samadhi é melhor que o samadhi comum ou que o samadhi dos não-budistas, já que é baseado nos ensinamentos do Buda, mas como é fundamentalmente auto-centrado, ele não é o samadhi mais elevado.
Samadhi do Mahayana
Mahayana significa “grande veículo”. É chamado o grande veículo porque o praticante do Mahayana está preocupado com o bem-estar dos outros tanto quanto está preocupado com o seu próprio bem-estar. Aquele que conhece o samadhi do Mahayana sabe muito, de fato. Ele entende a natureza da delusão, a não-dualidade, a vacuidade, a necessidade de compaixão e todas as outras idéias profundas dentro do ensinamento de Buda. Seu samadhi beneficia tanto a si mesmo quanto aos outros ao mesmo tempo. É um estado muito grande.
Samadhi Supremo
Este é o samadhi dos budas e todos os budas no universo conhecem este samadhi. É o nível de consciência mais puro e elevado possível.
(Hsing Yün Ta-shi. Only a great rain: a guide to Chinese Buddhist meditation.
Traduzido por Tom Graham, introdução de John McRae. Somerville: Wisdom, 1999. Pág. 33-34.)
Fonte : http://hsingyun.dharmanet.com.br